Primavera
Encolheu a barriga e apertou o cinto. Respirou fundo, cada vez lhe custava mais este ritual. A falta de espaço no barco (cheio de mergulhadores e garrafas), o balanço que as ondas provocavam ao bater no casco não fazia mais que aumentar a sua ansiedade. O mar atraía-o, sentia mais respeito que temor. Calçou as barbatanas, vestiu o colete e apertou velcros e fechos. Pressionou a válvula e soprou para o encher de ar e caminhou para a popa. Ajeitou a máscara na cara e colocou o regulador na boca. Respirou fundo e sem pensar deu um passo para o vazio. Sentiu a água gelada que entrava através dos vedantes de neopreno. Ouvia o som abafado do ar que saía do regulador cada vez que expirava, formando pequenas bolhas de ar. Abriu os olhos e contemplou o fundo coberto de areia onde repousavam os restos do “Primavera”. A pressão do ar no colete trouxe-o à tona da água. O mar continuava agitado e ansiava por descer. Levou a mão à cabeça para indicar que estava bem e agarrou o cabo. Passaram-lhe a câmara que prendeu ao colete com um mosquetão. Não estava certo de que a fosse utilizar. Começava a ficar estressado devido ao esforço que tinha de fazer para não chocar com o barco. Após uma breve troca de sinais com o seu “buddy” iniciou a descida. Os primeiros metros eram os mais complicados. O neopreno, o ar residual do colete e pulmões puxava-o para a superfície. Agarrou o cabo da âncora com as duas mãos, rodou 180º e desceu usando a força. Sentiu uma dor forte nos ouvidos, precisava de descomprimir, mas não podia soltar-se ou subiria como se fosse um balão. Tocou na areia, e ajoelhou-se. A visibilidade era excelente, estava a poucos metros do naufrágio. O companheiro estava alguns metros acima, voltara à superfície e recomeçava a descida. Apertou o nariz através da máscara, fechou a boca e expirou. Sentiu como os tímpanos se expandiam e emitiam um som parecido ao de uma rolha a sair e uma garrafa. Encheu ligeiramente o colete, parando para verificar a estabilidade. Começou a flutuar adoptando uma posição confortável, ligeiramente inclinado. Para se deslocar bastava um suave movimento de barbatana. Soltou a câmara do mosquetão e aguardou.
"Pescada no Forno com Chermoula"
Nível de dificuldade:
Muito fácil
Tempo de elaboração:
30 minutos + 12 horas a marinar
2 pessoas
Ingredientes:
4 postas de pescada nº 3 (aproximadamente 1kg)
4 colheres de sopa de azeite
20g de salsa
20g de coentros
5 dentes de alho
Sumo de 1 limão
2c/c de colorau
1c/c de cominho
1c/c de sal
1 pitada de pimenta cayenne
Preparação:
Pique os alhos, a salsa e os coentros. Coloque o cominho num almofariz e esmague. Junte o azeite, o colorau, o sal, os alhos e forme uma pasta. Por último adicione a salsa, os coentros e o sumo de limão misturando bem. Barre as postas com esta massa e deixe marinar no frigorífico cerca de doze horas. Retire do frio cerca de meia hora antes de cozinhar. Coloque num tabuleiro refratário e tape com papel de alumínio. Leve ao forno para cozinhar cerca de vinte minutos.
Acompanhe com bimi grelhados.
Convidados para jantar?
Certamente já provaram o bacalhau com broa, uma delícia não é? Inspirado nessa receita fiz algumas alterações e experimentei com tranches de salmão selvagem. Simples, rápido e não nos vai deixar mal!
"Tranches de Salmão com Crosta de Pão"
Nível de dificuldade:
Muito fácil
Tempo de elaboração:
30 minutos
4 pessoas
Ingredientes:
4 tranches de salmão selvagem, (cerca de 500g)
4 c/c de coentros picados
4 dentes de alho
100g de pão, do dia anterior
1 c/c de sal
Pimenta
Azeite
Preparação:
Pré-aqueça o forno a 200º. Num processador de alimentos coloque o pão cortado em pedaços, os coentros, o alho, o sal e uma pitada de pimenta. Triture. Unte o fundo de um tabuleiro de pirex com um fio de azeite e deposite sobre ele o salmão. Cubra as tranches com o preparado anterior pressionando ligeiramente para compactar. Leve ao forno cerca de quinze minutos. Quando a crosta estiver dourada retire e sirva imediatamente. Acompanhe com legumes cozidos ao vapor.
Todos com o bacalhau!
Haverá amigo mais popular que o Bacalhau? Tanto assim que “Bacalhau com Todos” podia ser o titulo de mais um livro de culinária. Não há ingrediente que lhe resista e estamos sempre a descobrir novas formas de o cozinhar. Foi o que me aconteceu uma vez num restaurante em Badajoz…
"Bacalhau com Tomate"
Nível de dificuldade:
Fácil
Tempo de elaboração:
60 min
4 pessoas
Ingredientes:
4 lombos de bacalhau
2 cebolas médias
4 tomates
1 pimento vermelho grande
1kg de batatinha para assar
1 dente de alho
2 folhas de louro
Orégãos
2 c/c de açúcar
Azeite
Sal
Pimenta
Preparação:
Lave as batatas e seque bem com um pano. Numa tijela regue-as com azeite, polvilhe com sal, pimenta e orégãos e mexa. Coloque num tabuleiro e leve ao forno pré-aquecido a 200º durante cinquenta minutos. Mexa-as de vez em quando para que assem por igual, cerca de cinquenta minutos. Entretanto prepare o molho de tomate. Descasque o tomate, a cebola, o pimento e o alho e corte-os em pedaços pequenos. Leve ao lume um tacho com duas colheres de sopa de azeite mexendo sempre durante cinco minutos. Tape o tacho e mantenha em lume brando trinta minutos. Triture com a varinha mágica e tempere com sal e pimenta. Adicione uma colher ou duas de chá para reduzir a acidez do tomate. Junte duas folhas de louro e coloque os lombos de bacalhau. Tape e deixe cozer durante quinze minutos. Retire as folhas de louro, e sirva acompanhado das batatas assadas.
Mariscos
Nesta experiencia culinária tenho feito o possível por tocar todas as teclas, utilizando também produtos que não consumo habitualmente. Os mariscos nunca foram o meu forte, não é segredo. Para apreciar é preciso gostar muito e sinceramente não me chamam a atenção. Mas isso não quer dizer que não goste do sabor que transmitem a alguns pratos.
"Arroz de Lavagante"
Nível de dificuldade:
Fácil
Tempo de elaboração:
50 min
4 pessoas
Ingredientes:
2 lavagantes, (cerca de 500g cada)
1 tomate
½ alho francês
3 dentes de alho
1 cebola média
1 malagueta
½ pimento vermelho
2 cubos de caldo de peixe
3 chávenas de arroz carolino
1 litro de água
1 chávena de vinho branco
Coentros picados
Azeite
Sal
Preparação:
Prepare o lavagante, separando a cabeça, as patas do corpo. Divida a cabeça em duas partes com uma faca. Parta as pinças com o cabo de uma faca ou um martelo pequeno e corte o lombo pelos anéis. Para preparar o caldo ferva a água e adicione os cubos de caldo de peixe. Espere que se derretam completamente antes de utilizar. Pique a cebola e o alho, coloque num tacho com o fundo coberto de azeite junte a malagueta e refogue cinco minutos sem deixar de mexer. A seguir adicione o alho francês picado muito fino e o tomate e pimento cortados em cubos pequenos. Junte as cabeças, patas e rabo dos lavagantes e tape. Deixe suar cerca de dez minutos antes de juntar o arroz logo seguido de quatro chávenas de caldo de peixe e uma de vinho. Tape novamente e deixe cozer em lume médio. Passados quinze minutos junte os lombos de lavagante e tempere com sal. Se for necessário adicione um pouco mais de caldo. Assim que o arroz estiver cozido retire do lume, polvilhe com coentros picados e sirva.
Nota: Pode preparar o caldo com a cabeça do lavagante. Pique uma cebola pequena, e um dente de alho e refogue-os com um pouco de azeite. Junte a cabeça e pressione com uma colher para soltar todo os sucos. Seguidamente junte um cálice de brandy para flamejar, e imediatamente um copo de vinho branco, e finalmente água para cobrir. Deve coar o caldo antes de usar.
Comentarios recientes
Buenas tardes, encantado de saludarte. Soy Jose
Quería escribirte porque me ha parecido interesante comentar contigo la posibilidad de que tu negocio aparezca cada mes en periódicos digitales como not
Muchas gracias Manolo. Ya me irás contando.
Me dan ganas de hacer todos los platos. Pero empezaré por uno simple, y del que tengo todos los ingredientes a mano: bacalao con garbanzos.
Gracias por compartir tus recetas
Excelentes receitas, parabéns Luis.